Alguma dúvida?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Uma ameaça ameaçada

O título desta postagem parece um tanto contraditório, não é? No entanto, ele resume bem a realidade da juventude atual, segundo o educador Henry Giroux.
Em entrevista a revista Pátio Ensino Médio, ele falou sobre a juventude no contexto atual, abordando a cibercultura, a violência e o papel dos adultos na formação das gerações futuras. Confira aqui um resumo desta entrevista e, em seguida, nossos posicionamentos quanto às idéias abordadas nela.
Sinta- se convidado a comentar e expor suas opiniões também, afinal, o diálogo é uma ferramenta indispensável na construção de idéias e valores!



Henry Giroux

            Conheça Henry Giroux...  
Nascido nos Estados Unidos, em 19 43, foi professor na área de educação em diversas universidades de seu país. Desde 2004 vive no Canadá, onde leciona na McMaster University e também se dedica a escrever livros e artigos. É conhecido pela sua análise contundente da cultura ocidental, especialmente a norte-americana, e seus livros falam sobre as práticas educacionais, as políticas públicas e as culturas juvenis.


O educador argumenta que os jovens atuais são muito diferentes dos das gerações anteriores por muitos motivos, como as influências políticas na vida dos jovens e o ataque que sofrem pelo regime neoliberal em suas vidas, onde o consumo é a base de tudo.
Desta forma, os jovens acabam sendo punidos severamente, criticados por seus comportamentos, e se mostrando, do ponto de vista daqueles que coordenam a sociedade, como uma ameaça ao presente, ao invés de ser “o futuro da nação”, pois representam um investimento de longo prazo – o que não é interessante economicamente para as elites da sociedade.
Além disso, os jovens são um lembrete para as sociedades do quanto elas fracassaram em tentar criar uma sociedade em que os jovens pudessem viver com liberdade e dignidade; são um lembrete da má-fé neoliberal.
Giroux fala que a juventude atual está submetida, ao que ele mesmo denominou de guerra branda da comercialização neoliberal, que faz com que as crianças, os jovens e o restante da população sejam atingidos profunda e diretamente pelos apelos e influências consumistas que são veiculados todos os dias pelos meios de comunicação.
Um estudo recente feito pela fundação Kaiser Family descobriu que, na América do Norte, os jovens entre 8 e 18 anos estão passando mais de 7,5 horas diárias com smartphones, computadores, televisão e outros dispositivos eletrônicos se comparados a menos de 6,5 horas de  cinco anos atrás.

Continua...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Educar é... Construir

                            
        Sem dúvida alguma, a escola tem papel fundamental na construção do conhecimento que a sociedade tem, afinal, é nela que são ensinados os conhecimentos científicos e a cultura geral. No entanto, será que a escola apenas constrói o indivíduo racional, ou seja, aquele que tem os conhecimentos mencionados acima, ou ela é importante para uma  formação completa (incluindo caráter e moral)?
      Muitos educadores e teóricos já refletiam sobre isso; veja que interessante o posicionamento de dois deles a respeito do assunto...
    
                       

A escola para VYGOTSKY

"... A particular importância da instituição escola nas sociedades letradas: os procedimentos de instrução deliberada que nela ocorrem (e aqui destaca- se a transmissão de conceitos inseridos em sistemas de conhecimentos articulados pelas diversas disciplinas científicas) são fundamentais na construção dos processos psicológicos dos indivíduos dessas sociedades. A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA PROVOCA AVANÇOS QUE NÃO OCORREM ESPONTANEAMENTE..."

"... O processo de ensino [e] aprendizagem que ocorre na escola propicia o acesso aos membros imaturos da cultura letrada ao conhecimento acumulado  pela ciência e a procedimentos metacognitivos, centrais ao próprio modo de articulação dos conceitos científicos..." (Kohl, In La Taille, 1992, p. 33)


A escola para ARROYO

[... a função social e cultural da escola de educação básica diante da infância, da adolescência e da juventude é mais, é formá- las como totalidades humanas que têm direito a se constituir como humano, a aprender as complexas artes de ser gente.]

Se ensinar é uma relação complexa entre docentes e aprendizes, educar- no sentido de formar o sujeito pleno, ético, cognitivo, estético, sua mente, sua memória, sua emoção, sua corporeidade e sua identidade de classe, de raça e de gênero- põe em jogo interações humanas ainda mais complexas entre educadores e educandos. (ARROYO. In MOLL, 2004, p. 14- 15)


       E então, nos perguntamos novamente: a escola apenas ensina os conhecimentos "letrados e científicos" ou pode construir um sujeito pleno?
Não há dúvidas! A escola é um dos meios mais poderosos para promover o crescimento completo de alguém- que responsabilidade, hein professores?!- pois é lá que passamos grande parte de nossa vida, interagindo, aprendendo, ensinando, brincando e às vezes até chorando... Ela é o lugar ideal para que aconteçam mudanças, avanços e progressos- tanto do ponto de vista, digamos, científico, como no que tange à ética, moral e construção do caráter.
      Além disso, a escola tem o papel de formar indivíduos pensantes, que aprendam e que tenham consciência do que estão aprendendo.

     Diante de tudo isso, temos que compreender o grande valor dessa instituição; é nela que poderemos dar o primeiro passo para transformar a realidade cruel que enfrentamos todos os dias. A escola e a educação não são "o futuro da nação", mas sim o caminho para a construção plena deste futuro...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Penso, Logo educo...




Tão delicado falar sobre ela...
Tão gratificante sonhar com uma melhor para toda a nação...
Tão óbvio o que se tem a fazer...
Tão difícil dar uma real solução para este assunto, que se tornou ao longo dos anos um problema...
Problema este tratado com descaso e desinteresse por muitos...
Muitos sim, mas quem disse que quantidade é qualidade...
Qualidade lutando sempre para encontrar a dignidade...
Dignidade que deveria ser obrigação dessas ilustres pessoas...
Pessoas, cidadãos e influentes...
Influência nem sempre usada para o bem comum...
Comum, banalizado ou analisado?
Analisado por uma classe de trabalhadores que carregam uma esperança...
Trabalhadores, professores...
Professores sobreviventes de um sistema...
Professores idealistas...
Ideal precioso...
Precioso como um bem...
Bem precioso que nos traz esperança...
Esperança retratada nos rostos das nossas crianças...
Crianças que formaram uma nova nação...
Nação capitalista...
Capitalismo liberal e otimista...
Otimista para quem?

FICA AÍ, UMA PERGUNTA REFLEXIVA E QUEM SABE DIGNA DE ATENÇÃO...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Estudo Errado...



Aproveitando a abordagem da Débora em relação ao Capitalismo e a Educação, quero começar essa postagem com um exemplo típico da falta de interesse de alunos por certos conteúdos...


Para esboçar o que estou pensando nesse momento, convido a todos a darem uma olhadinha na letra da música de "Gabriel O Pensador" - "Estudo Errado"...




"Manhê! Tirei um dez na prova

Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova

Decorei toda lição

Não errei nenhuma questão

Não aprendi nada de bom

Mas tirei dez! (Boa Filhão!)



Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci

Decorei, copiei,memorizei, mas não entendi

Decoreba: Esse é o método de ensino

Eles me tratam como ameba e assim eu não raciociono

Não aprendo as causas nem consequências só decoro os fatos

Desse jeito até história fica chato

mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo

Então quando eu não entendo nada, eu levanto o dedo

Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente

Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente..."


-Esse primeiro trecho detalha o como o aluno se sai bem em provas e trabalhos decorando os conteúdos dados em aula, a minha sobrinha por exemplo decorou todas as questões do caderno para tirar uma boa nota na provinha da escola (detalhe: ela está no 5º ano- a dita 4ª série), no momento da prova, a professora trocou a ordem das questões e ela tirou um zero...para os pais dela por exemplo...não é importante o quanto ela aprende, estes não se dedicam a esclarecer algumas dúvidas frequentes que ela tem, mas fazem questão de um boletim com notas máximas, SERÁ QUE UM CEM NO BOLETIM SIGNIFICA APRENDIZAGEM?


"Eu sei que o estudo é uma coisa boa

O problema é que sem motivação a gente enjoa..."


- Esse último trechinho, já destaca a baixa qualidade do ensino na visão do aluno... o próprio aluno tem a consciência da importância de aprender, mas para que se aprenda é necessário que o professor também aprenda, ou seja, conheça seus alunos e as suas necessidades e se atualize, conseguindo assim construir o conhecimento junto com o aluno, para que este aluno consiga formular seu próprio conceito, não utilizando-se de conceitos prontos sublinhados no caderno...assim é fácil ir bem na prova...decorando conceitos prontos, assim é fácil ser professor, repassando conteúdos sem uma didática motivadora...


Como futuros professores, queremos reformular o método de ensino, para que este torne-se curioso para o aluno...


Construir o conhecimento não é apenas adiquirí-lo, mas também absorvê-lo com entendimento...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O capitalismo na sala de aula


O capitalismo tem como principal objetivo obtenção de lucro. Na sociedade capitalista, o elemento central é o dinheiro (capital), o qual é investido para gerar lucro.
Como podemos ver, a sociedade capitalista é um ciclo que gira em torno do investimento e da geração de lucro. Na escola, podemos constatar o reflexo dessa sociedade, pois o funcionamento da grande maioria das salas de aula se dá em torno de "trocas" visando vantagens. Por exemplo, "qual o estímulo do aluno na sala de aula? O que o leva a fazer as atividades propostas?" A nota, a qual é a recompessa pelo seu "trabalho".
É possível fugir desse ciclo na escola? Ou seja, é possível retirar dos alunos o "espírito mercenário"?

sábado, 11 de setembro de 2010

Educar é Influenciar!

A Influência de Padre Antônio Vieira

Comentando a postagem da Carol, acredito que o profesor tenha um papel muito influenciador na vida de seu aluno, muitas vezes mudamos nosso modo de pensar de acordo com o pensamento de algum professor revolucionário.


A educação dos índios por exemplo foi muito influenciada pelo Padre Antônio Vieira, este era alguém que ensinava e aprendia e acho isso fundamental na atuação do professor, nós como futuros professores devemos aprender com nosso aluno para também poder ensinar.


Voltando ao Padre Antônio Vieira, este, diferente dos demais portugueses, influenciou e educou os índios através da catequese e do modo de viver também...

domingo, 22 de agosto de 2010

Educar é... INFLUENCIAR

      Um dia eu já fui uma garota alienada que olhava 'Malhação' comendo Trakinas; que pensava que todos tinham a mesma condição social e financeira que eu; que ficava triste por não ter aquele tênis de marca, de R$500... É, eu já fui assim e creio que você também, talvez não da mesma forma, mas você já deve ter passado por essa fase. Mas, pela influência de uma professora maravilhosa que tive, meio Vera Guasso- Tchê Guevara, mudei minhas opiniões (graças a Deus!!!) e comecei a ver as coisas que aconteciam ao meu redor numa perspectiva diferente. Essa professora me influenciou muito e através dos valores éticos e morais que ela ensinava, pude formar os meus também.
     Não é de hoje que vemos professores e educadores influenciando seus alunos. Você mesmo, recebeu muitas influências dos seus. Tudo isso começou há muito tempo atrás, com os Jesuítas. Eles foram os primeiros professores formais do nosso país e influenciaram não só os índios com quem tiveram contato, mas toda a estrutura educacional que conhecemos.


Para compreender melhor...
  • A Ordem dos Jesuítas foi fundada em 1534, por Santo Inácio de Loyolla, no reinado do Papa Paulo III, e tinha como objetivo conter o avanço do Protestantismo por meio de operações na igreja, afim de acabar também com as críticas reformistas.
  • Na Europa ensinaram em seminários, colégios e universidades, tentando recuperar os adeptos da Igreja Católica Romana. Já no Brasil, que havia sido recém "descoberto" pelos portugueses, trabalharam na catequização e educação de índios, colonos e filhos de colonos, além de contribuir na "organização burocrática da nascente sociedade brasileira"¹.
  • Fundaram escolas elementares, secundárias, seminários e missões, de 1549 até 1759, por várias partes do território brasileiro.
  • Para os Jesuítas, a educação era fundamental, pois era o momento em que podiam expor e defender as ideias e os valores cristãos; a escola era o ringue onde os ideais protestantes podiam ser derrubados, ou seja, era o momento em que podiam influenciar seus alunos, fazendo com que pensassem da mesma forma que eles. Também ensinavam a ler e a escrever, Matemática e até Literatura.
    
     Além das marcas históricas que os Jesuítas deixaram, outras "heranças" da sua passagem por aqui são vistas até hoje:
  1. O Catolicismo como religião predominante no país;
  2. O Português como língua oficial, com algumas alterações, é claro;
  3. A estrutura do ensino- Os Jesuítas dividiam o ensino em dois graus: inferior, que corresponde ao nosso Ensino Médio, e superior, que corresponde ao nosso Ensino Superior;
  4. A divisão social, onde a elite é a detentora do conhecimento e da cultura;
  5. Mudança completa nos hábitos e cultura indígena.
     Ou seja, a influência dos Jesuítas foi tão grande que num período de 210 anos, "eles catequizaram maciçamente os índios, educaram os filhos dos colonos, formaram novos sacerdotes e a elite intelectual brasileira, promoveram o controle da fé e da moral dos habitantes e a difusão e unificação da língua portuguesa de Norte a Sul do país."¹
    Viu como não é de hoje que professores têm a capacidade de influenciar? Olhando para trás vemos isso muito bem retratado na história dos Jesuítas aqui no Brasil. Por isso, fica o conselho: influencie para o bem quem está ao seu redor. Todos nós somos professores e alunos na grande Escola da vida, portanto, use a sua capacidade de influenciar para coisas que façam crescer e que edifiquem, tanto a você mesmo, quanto aos que estão a sua volta.


1: A Educação Jesuítica no Brasil- Maria José Aviz do Rosário (UFPA/UFSCAR) e José Carlos da Silva (UFMS/UFSCAR)